• Sociedade ILHA DE INHACA, O SANTUÁRIO NATURAL QUE PEDE PROTEÇÃO
• Po: Redacção

Rica em biodiversidade e cercada por águas cristalinas, a Ilha da Inhaca é um dos últimos refúgios naturais de Moçambique. Mas, por trás da beleza que encanta turistas e cientistas, esconde-se um apelo urgente, proteger o santuário ecológico da pressão humana, da erosão costeira e das ameaças ambientais que colocam em risco o futuro da ilha.

Com apenas 42 km² de extensão, a Inhaca concentra uma das maiores diversidades biológicas do país. São cerca de 12 mil espécies registadas, incluindo 150 tipos de corais, mais de 300 espécies de aves e quatro espécies de tartarugas marinhas que utilizam as suas praias como local de nidificação.

Essa riqueza natural faz da ilha um destino privilegiado para investigações científicas, prática de desportos aquáticos e turismo sustentável. Não por acaso, áreas costeiras e dunas foram classificadas como reserva integral, incluindo a vizinha Ilha dos Portugueses, outrora chamada Ilha dos Elefantes.

A responsabilidade pela monitoria e preservação do ecossistema é da Estação de Biologia Marítima da Inhaca, ligada à Universidade Eduardo Mondlane. A instituição tem a missão de fiscalizar e garantir que o crescimento humano e turístico não ultrapasse os limites ambientais.

Dados de 2007/2008 mostram que a ilha abriga cerca de 5.200 habitantes, com densidade de 142 pessoas por km², número considerado o limite sustentável. Esse equilíbrio frágil evidência a necessidade de políticas rigorosas de conservação.

O valor da Inhaca não é apenas natural, mas também histórico. Em 1550, os portugueses estabeleceram um posto comercial na então chamada Ilha dos Elefantes. O povo tsonga serviu de intermediário no comércio de marfim entre os europeus e os zulus, consolidando a importância geográfica e cultural da região.

A ilha é, na verdade, uma continuação da península de Machangulo. Acredita-se que o processo de erosão costeira, ao longo do tempo, separou a península, criando o canal que hoje conecta a Inhaca ao Oceano Índico. Este fenómeno continua a moldar o território e a colocar desafios adicionais à sua conservação.

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